Sítio de grande mistério,
Neste nosso hemisfério,
Pois lá uma santa apareceu,
E um milagre á rainha concedeu.
Tudo se passou á muito tempo,
Numa noite ao relento,
Quando uma luz brilhou,
E uma senhora á rainha falou.
Disse que a ia curar,
Do seu mal de andar,
Pois a madame sofrera demasiado,
Do seu esqueleto velho e enferrujado.
E isso aconteceu realmente,
Naquela serra carente,
No centro do nosso país,
Onde a rainha se sentiu feliz.
Foi milagre, disse ela,
E construiu lá uma capela,
Muito bonita e ornamentada,
E com um sino de ouro enfeitada.
Muitas pessoas vieram,
Em grande peregrinação,
Para rezar na capelinha,
Da senhora que curou a rainha.
Mais tarde, com as invasões,
Os franceses a destruíram,
E partiram-se os corações,
Das pessoas que a viram.
Os aldeões com medo,
Esconderam o grandioso badalo,
Mas o local ficou em segredo,
Para ninguém ir lá rouba-lo.
Aida hoje reza o conto,
Que o sino permanece lá,
Num certo ponto,
A história é verdadeira,
Pois as ruínas lá estão,
Com a estrada á sua beira,
Logo a seguir ao Lameirão*.
*Estrada utilizada para subir a serra.
João Duarte
João Duarte